10/11/2007

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Daniel Bravo

09/11/2007

Integridade de verdade

È verdade que ser totalmente coerente com sua mensagem e suas atitudes é muito difícil. Mas também é verdade que não dá pra pensar em integridade sem pensar em ser totalmente verdadeiro.
É verdade que ás vezes não será possível agir, em todas as circunstâncias, de acordo com o discurso. Também é verdade que Deus não observa “de cara” as atitudes. O importante para Ele é o coração. Ou seja, o que importa pra Deus é o motivo de cada atitude.

No entanto também é verdade que não dá pra manter o coração só nas intenções. Ele precisa invadir as ações. Se quisermos (e mudo agora a pessoa do sujeito. Já estava incomodado de não fazer parte desta falação) ser verdadeiros (íntegros), Temos que, volta e meia, quase sempre, toda hora, pensar sobre os nossos corações. Eu sei que ás vezes fica subjetivo falar assim de coração. Mas se pensamos na representação do coração, não podemos fugir do sentido de centro. Como centro o coração é aquele para o qual tudo se volta. É no coração que repousa todo o sentido das nossas vidas. É no coração que está o nosso eixo principal. Sem centro as estruturas não funcionam. Da mesma forma são as nossas vidas, elas precisam de um referencial.

Se o centro das nossas vidas é o dinheiro, qualquer meio será razoavelmente moral para encher o bolso. Se o centro das nossas vidas é o prazer, qualquer meio será justificado pelo objetivo maior.
Se o centro das nossas vidas é o poder, qualquer lugar que nos conceda isso será disputado a ferro e fogo. Se as nossas vidas giram em torno de nós mesmos e de nossos próprios interesses, alimentar os nossos egos motivará os nossos dias, mesmo que pra isso abandonemos a integridade. Ela não fará mais diferença. No entanto, se Deus domina os nossos corações, estamos com os eixos no lugar certo.

Outra forma de olhar para o coração, é como o órgão que bombeia sangue para todo o corpo. Se não houver o coração, os nossos corpos perdem a vida. Eles perdem o combustível. Mas o coração só cumpre a função dele com excelência se o sangue e os mecanismos estiverem puros. Igualmente, precisamos da purificação divina para que nosso jeito lembre Jesus. Na verdade, ser íntegro é ser semelhante a Jesus. Não basta apenas condizer mensagem com ação, tem que ter a mensagem correta. E não só a politicamente correta, mas a que entra em acordo com os princípios da revelação de Deus através da sua palavra.

Devemos fazer tudo, comer, beber, seja o que for para a glória de Deus. Quando lemos essa declaração no evangelho de Mateus, percebemos que para Deus nossas atitudes também têm um valor especial, pois é através delas que glorificamos ao Senhor.

Quando escolhemos agir honestamente, em qualquer situação, por mais difícil que seja, estamos adorando ao Senhor, pois assim, exaltamos o padrão de Deus em nossas vidas. Em quase todas as circunstâncias, será extremamente difícil respondermos como verdadeiros adoradores, afinal, nadamos contra a corrente.

Nascemos para adorar a Deus. Não importa o quão difícil isso seja, adorar deve ser o nosso compromisso constante. Ser íntegro é o inicio de toda a adoração. Não adianta declarar com as nossas vozes que amamos a Deus se não dizemos o mesmo com nossas obras.

Caminhemos, contra a corrente, rumo à integridade.

Daniel Bravo

02/11/2007

Salmo 131

"SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo. Espera, ó Israel, no SENHOR, desde agora e para sempre."


Não tenho o propósito, neste post, de fazer uma análise mais profunda do texto. O meu objetivo é fazer você ler este salmo, que fala por si só, e atentar para a riqueza da sua mensagem. Também quero dividir com você o que meu coração sente quando é tocado por essas palavras. Antes de prosseguir com a leitura, por favor, leia novamente o salmo.

Nenhum Salmo, na minha opinião, diz tanto sobre o coração de Davi como o salmo 131. Eu fico imaginando que Davi, em uma dessas manhãs de sol, sentou-se na beira de um rio, e resolveu fazer um retrato do seu coração.

Então ele começa um diálogo.
Creio que ele só escreveu desse jeito porque sabia que pra falar de coração ninguém melhor do que Deus que conhece Davi dos pés a cabeça. E é nessa primeira palavra, tão presente em outros textos, mas tão viva aqui, que ele traz a primeira lição.
Ele diz "Senhor".
Davi sabia que não estava falando com qualquer pessoa. Seu discurso era dirigido para o dono da sua vida. A referência a Deus como Senhor muda toda a situação. Saber que nossa vida é dele é ponderar cada uma das nossas atitudes no altar de Deus. É submeter ao crivo de Deus desde as mais simples até as mais complexas decisões. Se Ele é o Senhor das nossas vidas, então Ele tem o controle de tudo. Desde as nossas dificuldades até os nossos momentos de maior alegria e prazer. Digo isso porque, na nossa cultura, hoje, abdicar de alguns "direitos" para viver debaixo do senhorio de alguém, a partir do padrão de alguém é loucura, é preconceito. O que queremos é viver do nosso jeito e pronto (que na verdade nunca é o nosso jeito, é o jeito da galera, da moda, da mídia, da música, da filosofia contemporânea, das religiões de espetáculo e etc.). Mas a Bíblia nos dá outro recado. Davi, um homem de acordo com o coração de Deus, nos ensina o melhor caminho, o de sentar no banco do carona e deixar Deus dirigir o carro da vida.

Depois ele continua com uma declaração totalmente insana e sem propósito. Ele diz a Deus, que ele sabe que sabe de todas coisas; se não soubesse não teria escrito o salmo 139 que fala que Deus, de longe, penetra no pensamento dele; que seu coração não é soberbo e seu olhar não é altivo. Peraí, se Deus sabe, porque ele está contando isso pra Deus?
Eu respondo essa pergunta com o seguinte pensamento.
Se nossos pais nos conhecem quase por inteiro, porque ás vezes sentimos a necessidade de falar algo da nossa intimidade para eles? Nós fazemos isso pelo prazer de dividir algo nosso com eles. Assim Davi nos ensina a viver com nosso Pai. Sabemos que quando oramos Deus já sabe o que vamos pedir. Pra Ele não importa saber algo novo, pois tudo Ele sabe. O que interessa pra ele é ver um filho procurando-o pra conversar e ali, só entres eles, abrir o coração. É assim que crescemos em intimidade com Deus, quando abrimos nossa vida pra Ele. Como se constrói uma amizade sincera e duradoura? Na base da confiança, da verdade e da confissão.
Não há outra razão para confessarmos nossos pecados, se não pelo desejo de ver Deus se metendo na nossa natureza pecaminosa e nos purificando da sujeira da queda.

E por último e ainda na declaração discutida acima, Davi nos ensina onde colocar e onde não colocar nosso coração.
Coração, sentimento, emoção, força, vida, mente, alma, foram feitas para serem ocupadas com o que realmente importa. O convite aqui é pra deixarmos de ocupar a nossa vida e o nosso tempo com aquilo que a traça come e vai com o tempo. Devemos prestar mais atenção nas as coisas que não vemos pois aquelas que vemos são temporárias, porém aquelas que nós não vemos são eternas. São as coisas eternas que devem ditar o ritmo.
Precisamos buscar a alegria nas pessoas, que não dá pra ver, só pra sentir. Precisamos buscar a santidade, que muitas vezes não será vista por ninguém, só por Deus. Precisamos buscar uma vida em comunidade que resulte em louvor a Deus. Precisamos buscar uma adoração que conte sobre a nossa prática. Precisamos buscar o reino de Deus em primeiro lugar. Precisamos viver o que Deus planejou desde o início da humanidade, sermos amigos dEle.

No amor de Cristo,

Daniel Bravo

09/09/2007

Milagres

Eu orei com a Bianca. Pediu-me que orasse por sua família. Ao perguntar se ela tinha algum motivo de agradecimento, me contou que Deus havia feito um milagre em sua vida. Obviamente eu perguntei acerca da natureza deste milagre. Ela, no entanto, me surpreendeu. Esperava ouvir o relato de alguém curado de uma hemorragia ou coisa assim, mas o que ouvi foi a verdadeira voz de uma menina que entende o que é clamar ao Deus das misericórdias. O milagre era o resultado positivo de uma prova. Ela disse: “quero agradecer, pois Deus me deu o milagre de passar naquela prova”.
É bom saber que ainda existem filhos do Deus altíssimo que entendem que todo dom perfeito vem do pai das luzes. Ela poderia dizer: “eu consegui! Sou a melhor!”. No lugar disso ela agradeceu a graça preciosa de Deus.

Toda honra e toda glória ao Deus dos céus!

No amor de Cristo,

Daniel Bravo

30/08/2007

O reino de Deus chegou!

Desde terça, quando cheguei a águas de
Lindóia, São Paulo, minha mente tem sido bombardeada pela tropa de elite das cabeças pensantes teológicas. Por essa razão, não consigo me ver inativo, sem expressar minha alegria diante de alguns frutos gerados em meu coração depois de algumas plenárias.
Em primeiro lugar quero dizer que vale a pena abrir a mente.
Em segundo lugar, seguindo a extensão do que foi dito acima, quero convidar você, que está lendo nesse momento a abandonar a arrogância de seus conhecimentos e seguir conselho da palavra de Deus, examinado tudo á luz das escrituras e seus princípios.
Testemunhei uma triste atitude de irmãos que diante de seus pressupostos fecharam seus ouvidos e recusaram o alimento que o Espírito Santo nos deu de graça durante esses dias (digo de graça porque não podemos comprar o alimento espiritual. Ele nos é dado, em qualquer circunstância mediante a misericórdia divina).

Aos que estavam lá, o reino de Deus chegou!

Aos que não estavam, retenham o que é bom, esse é o convite da palavra de Deus.

No amor de Cristo,

Daniel

09/03/2007

Uns medos

Quantos receios você tem?
Eu tenho receio de que algumas não mais existam. Refiro-me á situações, pessoas, status, coisas que me fazem bem. Na verdade, não sei se me fazem realmente bem, porque nem sempre o que nos causa prazer traz benefícios.
Mas de qualquer forma, a sensação de não mais desfrutar dessas coisas, me causa medo, receio de perder algo.
Convivemos com isso diariamente. Sentimos medo, de, por um desentendimento, perder uma amizade ou a namorada. Cobramos a nós mesmos ser o que “achamos” ser o ideal de quem gostamos. Fazemos isso pra fugir da possibilidade de não sermos mais bem quistos. Perseguimos incansavelmente o gosto de quem amamos pra fazer bem. E isso é tão natural a nós, que agir dessa forma, nos causa prazer. Saber que agradamos traz alegria, mesmo que momentânea, porque o é. É passageira, porque assim são os gostos e as preferências. Hoje eu prefiro manga, amanhã, talvez prefira abacaxi.
O que me consola, é saber que o amor não é assim. Ele não é passageiro, e nem inconstante. O amor, assim como Paulo descreve em 1 Coríntios 13, é o dom supremo.
Quando buscamos a satisfação do nosso amor, agimos pelo coração. E se o nosso coração é do Senhor, viver pelo amor, é agradar a quem mais nos ama.
Não sinto medo de perder o amor de Deus, porque a sua palavra me afirma que isso nunca vai acontecer, graças á Deus.
Não me canso de tentar, conseguindo ou não, fazer sua vontade e encher seu coração de alegria. Quem dera minha dedicação a Deus fosse tão intensa quanto é o meu dedicar as pessoas que amo.

Apenas algumas palavras que me fizeram pensar...
Deus nos abençoe

Daniel Bravo

07/03/2007

Sincero

No capítulo 10 do livro de Hebreus temos uma rica exposição acerca da obra de Jesus Cristo como sumo sacerdote, mensagem essa que permeia toda a carta.
No versículo 21, sou convidado a me aproximar de Deus com um coração sincero.
Lendo isso, me pergunto, o que é ser sincero com Deus?
Seria apenas falar a verdade?
Com certeza não. É bem mais profundo do que isso. Ser verdadeiro com o Senhor é ter, em primeiro lugar, uma disposição de deixar Ele guiar os meus pensamentos e os meus conceitos acerca de quem eu sou. Só quando sou sincero comigo mesmo é que sou capaz de fugir das máscaras que coloco para me relacionar com o meu próximo e com Deus.
Portanto, é necessário que eu deixe a sonda divina penetrar o meu ser e revelar minha totalidade. Preciso ver a trave em meus olhos.
Em segundo lugar, Deus deseja curar minhas feridas. Quando falo de feridas estou me referindo a todo o tipo de mágoa do passado e do presente. Frustrações e traumas que me impedem de enxergar o horizonte limpo e claro, vendo apenas um embaçado e cinzento retrovisor que reflete apenas o ontem, ainda não glorificado.
O processo de cura acontece quando reconheço minhas fraquezas e então luto, suportando cada uma delas pelo poder do Espírito Santo.
Quando me relaciono com Deus, minha sinceridade deve ser como a de uma criança. Ela deve ser, portanto, despreocupada com a opinião do pai e inocente, desejando apenas. A criança vê no pai o seu protetor e provedor. Acima de tudo, ela vê alguém que ela ama, simplesmente ama. As vezes peço ao Senhor com medo de ser ousado e abusado! Mas a Bíblia me diz que não há como ser ousado demais em meus pedidos. Pois clamo a alguém que pode fazer infinitamente mais do que tudo que eu peço ou imagino. Assim é a criança. Ela não acha que o seu pai tem poder de compra limitado, que a conta no banco pode ficar vazia, que seu sono vai impedi-lo algum dia de cantar pra ela dormir ou que um dia, por algum motivo, se separarão. Da mesma maneira, tenho que me relacionar com Deus de forma aberta e ousada, ilimitada. Crendo que ele nunca dorme, nunca falha, e que nunca, vai se separar de mim.

Ser sincero com Deus, portanto, é deixar que ele me mostre quem eu sou de verdade; Revele minhas feridas e cicatrize cada uma delas; glorifique meu passado, me limpando da culpa do meu pecado e olhando para Ele como um Pai perfeito e amoroso.

Daniel Bravo

09/02/2007

O que dizer?

O que dizer àquela mãe que tem seu carro roubado, e ao tentar retirar seu filho do banco de trás, falha e algumas horas mais tarde, recebe a notícia que o seu menino de seis anos foi arrastado ao longo de 6 km até morrer?
O que dizer para um filho que atende uma ligação no sábado à noite, esperando receber qualquer notícia, menos a de que seu pai acaba de falecer depois de um inesperado e inexplicável enfarte no metrô?
O que dizer para aquela mulher, que depois de anos de dedicação à família e ao seu marido, ouve dele que já não dá mais, que eles já não possuem um futuro juntos e que seu coração é de outra mulher?
O que dizer para o pai de família, que chega ao trabalho e é chamado para ter uma conversa com seu superior, e ao invés de ouvir um elogio pelo seu desempenho, percebe que ele não passa de uma despesa para a empresa, que no momento, se livra dessas despesas?
O que dizer para alguém que entra no consultório médico cheio de planos e metas, e sai dele contando os meses restantes de vida, e como aproveitá-los?
O que dizer para o pai que descobre como foi falho na criação dos seus filhos, porque recebe uma ligação ás 4 horas da manhã de uma sexta, solicitando sua presença no hospital, pois sua filha acaba de entrar em coma alcoólico?

Eu digo o seguinte:

“Senhor, tu me sondas e me conheces” Salmo 139:1.

Essas semanas têm sido difíceis pra mim. E ontem, quando eu lia o salmo 139, entendi nesse versículo que Deus sabe. Ele sabe de tudo, por mais profundo, difícil e sombrio que seja o seu problema, mesmo que a solidão dilacere o seu interior, Ele sabe disso e se importa. Ele te conhece, sabe de cada ato seu e o que ele quer dizer.
Recorra a Ele...

Deus abençoe...
Daniel Bravo

30/01/2007

Boca livre!!

Eu nunca vou esquecer aquele show. Foi no dia 19 de janeiro, no teatro rival. Era noite de sexta feira, o dia foi de sol, um sol quente, mas soberano, assim como o Deus que o fez.
Mas era um dia especial. Meu pai aqui no rio, depois de quatro anos longe de casa. É verdade que ele já estava conosco desde o ano novo, e ficaria mais dez dias, mas aquele dia, Ha, aquele dia era especial.
Logo de manhã eu saí pra comprar o Jornal do Brasil, não costumo comprar jornal, mas como estou de férias, pensei que as últimas da cultura carioca me dariam algo para fazer naquela sexta. Acertei em cheio. Ao abrir a revista com a programação do final de semana carioca (que na minha opinião, inclui a sexta), encontro o anúncio mais que perfeito para aquela mais que perfeita sexta-feira; show do boca livre (grupo formado em 1979; hoje com a formação atual de Maurício Maestro, Zé Renato, Fernando Gama e Lourenço Baeta).
Falei na hora com minha mãe, meu pai estava na rua, caminhando. Eu sabia que não poderia perder aquela oportunidade. Na hora minha mente viajou uns 19 anos atrás, e voltei aos dias nos quais eu dormia, ou fingia que dormia, no colo do meu pai enquanto ele cantarolava, imitando todos os trejeitos dos caras do boca livre, desde os agudos até o estilo de voz. “Ponta de Areia” era o hit principal das minhas sonecas.
As canções desse grupo nortearam toda a minha infância. A razão não era o meu refinado gosto musical, não, era o simples fato de gostar do que o meu pai gostava, assim como a minha paixão pelo botafogo. Aliás, acho que torcer pelo botafogo é herança de família, só pode ser.
Pra mim, há um significado muito mais que musical nas canções deles, é uma mistura de saudosismo, infância, e lembrança das coisas que me trazem esperança (Lm 3:21). Eu lembro do carinho do meu pai, da forma como ele me conduzia ao sono sem se preocupar com o tempo que isso levaria, afinal, fica difícil saber quem gostava mais daquilo. Ás vezes eu segurava o sono só pra ficar mais uns minutinhos ouvindo seu canto desafinado.
Nós fomos. Saímos correndo, porque eu, como sempre, atraso todo mundo. Chegamos ao teatro, sentamos, pedimos refrigerante; eu, coca, óbvio, e ele, guaraná. As palavras eram poucas, sempre foi assim. Não falamos sempre e essa noite dispensava palavras. (Essa coisa de ter que falar me deixa confuso. Ter sempre que dizer algo é cair na ilusão de que nossas palavras sempre dirão o que queremos expressar, e isso não é verdade. Ás vezes, dizemos e fazemos diferente, e aí, o que fazemos pode anular o que dissemos. Não deixe de falar. Fale, mas faça.)
Desde o início eu sabia que aquela noite valeria todos os dias que passaríamos juntos nessas férias. Nenhum outro dia seria igual. Nenhum outro dia deixaria tão á flor da pele as nossas lembranças e a nossa alegria, de juntos, revivermos aquilo que foi marco nas nossas vidas, o amor, quase que incondicional, que existe entre nós dois. Foi sensacional, lembro até hoje de cada detalhe.
Ontem, dia 29, ele voltou pra Espanha. Senti um vazio enorme ao chegar em casa e não ter mais ele por perto. Mas eu me lembro do dia no qual ele foi pela primeira vez, e lembro do dia 31 de dezembro de 2006, quando o vi voltar. Lembro disso, que me dá esperança, e lembro que esse show só rolou porque Deus assim permitiu, a Ele, a glória.

Daniel Bravo